A Adega…
Caeté, pequena cidade histórica localizada a 60 km de BH, tem um povo simpático e muitos casos e histórias. Alguns hilariantes, outros, interessantes.
Um bem curtinho, refere-se a um bar que em certa época, fazia o maior sucesso na cidade. Ponto certo e passagem obrigatória de nove entre dez jovens – e adultos também –, nos finais de semana da cidade.
Seu nome, Adega Estoril, um verdadeiro complexo festeiro sob a administração de portugueses, que reunia casa de festas, restaurante e hotel/motel – só não havia espaço para velórios, embora o povo diga que este anexo seria o próximo empreendimento dos lusitanos. Sensação da noite caeteense, o lugar era bem freqüentado e por lá desfilava a nata da sociedade local – além do Babão, do Káji e do Boto, é claro –, até o fatídico dia em que, por negligência, alguém deixou um botijão de gás aberto na cozinha.
Naquele sábado, Feijão – o cozinheiro – chegou para trabalhar meio atordoado, acometido que estava por uma forte rinite alérgica. Sem sentir o cheiro do gás que já escapava desde a madrugada anterior, foi acender o fogão – ou foi um cigarro? –, causando uma enorme explosão, que ficou registrada nos anais e também nas paredes do estabelecimento. Foi trágico e triste, mas felizmente – tirando a surdez de Feijão e da noiva cuja festa ocorria no salão ao lado –, não foram registrados maiores danos a pessoas, sendo verificados prejuízos meramente materiais.
Mas a Adega Estoril reabriu as portas, tempos depois, tentando recuperar seu prestígio com os antigos clientes. Não conseguiu. A juventude irreverente selou seu destino, passando a chamá-la de “Adega Explodiu”.
Tornando-se motivo de chacota, a casa noturna nunca mais foi a mesma e acabou fechando suas portas, encerrando um ciclo comercial bem sucedido, na simpática cidade de Caeté.
Eu não sei, só sei que foi assim…
Fábio Almeida e Barroso da Costa
Os Impublicáveis