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Morangos silvestres

Morangos silvestres

Por Robert de Andrade

Eu pedi

Você ficou de pensar

Do lado de cá

Também me peguei a pensar:

Será que ela vai topar?

Espero sentado

Na confortável cadeira de vime

Que eu mesmo restaurei

Cuidado por Deus

E vigiado pelo diabo,

Comendo morangos silvestres

Colhidos por Bergman

Quando ainda não existíamos

Nem eu, nem você

Se aceitar

Será tão sublime

Mesmo que depois não vingue

Se for não

Prometo que morrerei só um pouco

Mas sobreviverá,

ainda por muito tempo,

o gosto dos morangos silvestres

Que por ora experimentei.


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