Não foram as fake news que elegeram o atual presidente
As fake news têm só uma pequena parcela de culpa na vitória do candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, ao posto de presidente do Brasil. Antes de dar seguimento ao texto, preciso esclarecer que estou unicamente me referindo ao termo que ganhou força e uso massivo em 2016 com as eleições
Segunda-feira
Segunda-feira Segunda-feira é sempre uma merda Mesmo que eu fique rico Que me apaixone Que seja promovido. Segunda-feira será sempre uma merda Mesmo que tudo dê certo Que me cure das moléstias Que seja absolvido. Segunda-feira será sempre uma merda Mesmo que o meu time vença Que meu projeto seja
Morangos silvestres
Morangos silvestres Por Robert de Andrade Eu pedi Você ficou de pensar Do lado de cá Também me peguei a pensar: Será que ela vai topar? Espero sentado Na confortável cadeira de vime Que eu mesmo restaurei Cuidado por Deus E vigiado pelo diabo, Comendo morangos silvestres Colhidos por Bergman
Sem lastro
Vivemos num tempo em que defender o coletivo se tornou coisa de comunista. A carapuça de comunista não me pesa, pois defender o bem comum é só uma questão de sensatez, o mesmo valendo para os direitos humanos, dos quais faço uso e prezo. Tenho uma queda pelos espaços públicos
Desconhecer Uberlândia
Depois de dois dias de trabalho em Catalão, no Estado de Goiás, segui para Uberlândia, onde passaria a noite e embarcaria no primeiro voo para Belo Horizonte, no dia seguinte, às 14:40. Fiquei em um Hotel no Bairro Santa Mônica, bem perto do centro, da prefeitura e do “shopping” como
Animal emocional
Animal emocional Robert de Andrade Meus inimigos são sempre mais sinceros que meus amigos. Quem disse que o que busco nos outros é a sinceridade? Clareza demais cega. Não adianta me mostrar o erro, se você ainda não acertou, nem me ensinar a ser politicamente correto, se vive infeliz na
Os ruídos do movimento
Na época de escola, aluno da sétima série do Colégio Flávio dos Santos, situado no cruzamento da Rua Jacuí com Avenida Cristiano Machado, uma das mais movimentadas de Belo Horizonte, participei pela primeira vez de uma manifestação. Mais tarde acabei me embrenhando no movimento estudantil da UBES. Uma colega tinha
Doce descompasso
Vou viver o meu tempo Correr, só por esporte Levar a pressa a passos lentos Infringir o relógio alheio. Vou fugir do prazo Sofrer, só por acaso Vencer o tédio na teimosia Partir minha preguiça ao meio. Quero ver o mato crescer Ler Proust enquanto aguardo a minha vez Marcar compromissos
Há algo estranho no céu de Brasília
À noite, na calçada em frente ao Hotel, acendo um cigarro. Aqui não se pode fumar em nenhum lugar, nem no quarto. A área do fumante é a rua. Uma moça muito magra, maltrapilha e provavelmente viciada em crack se aproxima e me pede um cigarro. Depois de entregar-lhe o
Editorial: O apocalipse impublicável
A última edição da revista impressa Os impublicáveis, atendendo a sua inconstante periodicidade, foi lançada em abril de 2013. Esse número trouxe como principal temática a mídia e seu editorial alertava para o fato de que somos, ainda, incapazes de transformar sujeitos inanes em ativistas ferozes, desses que encontramos diariamente escondidos